domingo, 9 de maio de 2010

Idade Média para a Moderna.

O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.










As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza de detalhes e a reprodução de traços humanos.

A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga.


A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e idéias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.





Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura).

Na fase final do Renascimento, o Cinquecento, movimento ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes desde então controlados pela Igreja.



Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.



6 comentários:

  1. Uau! O blog ficou muito bacana... Adorei as imagens, mas, gente, nós estamos esquecendo de citar as fontes...
    Agora tem como vcs abrirem uma discussão sobre o impacto da ciência nas nossas vidas? Esse debate está valendo 3 pontos?
    Abçs, Prof. Gláucia

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  2. GENTE! Eu de novo, voltei pra dizer que não tinha visto os vídeos, que por sinal são bem legais... Nem o fórum, achei depois... Bom, já iniciei o debate, agora é com vcs, tá?
    Prof. Gláucia

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  3. O renascimento foi um periodo onde diversos meios de expressão ganharam espaços perante a sociedade. Costumo dizer que é o periodo onde se caiu a mascara do absolutismo perfeito dando espaço para a era moderna tanto na arte, na poesia e etc. Com tudo os avanços dessa epoca vem nos prestigiando ate hoje com sua tecnologias e descobertas fabulosas.

    Dandára Paluza

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  4. A ciência é a responsável pelo desenvolvimento social, político, econômico e tecnológico de uma nação. Se em uma nação tudo estiver voltado para a sua educação, com certeza, a ciência deste país será a melhor do mundo, e consequentemente,este país será o mais desenvolvido.A educação de um país de um país tem que ter "prática", pois não existe ciência sem que se pratique ciência. O objetivo da ciência é buscar respostas para todas as coisas, e assim, acabar com as doenças que assolam a nação e aumentar seu desenvolvimento tecnológico.
    Roberto Celestino de Souza Ferreira

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  5. Uma época muito rica, por se tratar da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que obtiveram mudanças importantes em relação aos ideais humanistas, artísticos, científicos, naturalistas.
    Roberto Celestino de Souza Ferreira

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  6. O renascimento trouxe grandes descobertas tanto no campo das ciências no campo das belas artes no campo da tecnologia, a invenção da imprensa, no século XV, revolucionou a difusão dos conhecimentos e o uso da pólvora transformou as táticas militares, entre os anos de 1450 e 1550. No campo do Direito, procurou-se substituir o abstrato método dialético dos juristas medievais por uma interpretação filológica e histórica das fontes do direito romano. Os renascentistas afirmaram que a missão central do governante era manter a segurança e a paz. Maquiavel sustentava que a virtú (a força criativa) do governante era a chave para a manutenção da sua posição e o bem-estar dos súditos. Alcione Vanessa

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